Carles:
O juiz da decisão na Vila Belmiro é um dos não aprovados para a Copa das Confederações?
Edu:
Mais um da safra deteriorada dos últimos tempos. Você achou que ele teve
influência no resultado?
Carles:
Não mesmo, só achei fraquíssimo. Uma coisa é conversar com os jogadores, que é
até interessante, outra é mostrar esse nível de insegurança.
Edu:
Fraco mesmo o juizão... Só tem a desculpa de ter sido escolhido numa
emergência, numa fria na verdade, porque o escalado anteriormente pediu para
não apitar porque tinha feito alguns negócios com o Corinthians no passado, por
meio de sua empresa.
Carles:
Curiosa situação, desconhecia. Definitivamente o Corinthians não tem um
adversário à altura, pelo menos em São Paulo, algo preocupante para o futebol
paulista.
Edu:
Mais preocupado quem tem que ficar é o Santos. Se Neymar sair agora, como
parece que vai acontecer, o que será desse time desossado, sem estrutura
tática? Nesse jogo mesmo, em que o Corinthians foi bem melhor e, óbvio, mereceu
o título, todas as jogadas do Santos, as boas e as ruins, passaram por ele.
Temo por esse time do Muricy no Brasileirão.
Carles:
E eu acrescento que opiniões de que Muricy seja um treinador moderno e de
primeira linha é uma lenda urbana. Falhou estrepitosamente naquela final contra
o Barça e nesta decisão voltou a demonstrar que não tem as ideias muito claras.
Temo que o grande favor que o Barça fez ao mundo do futebol é desmascarar os
enganadores, como já se viu com o Luxemburgo no meio de semana. O que vi no
Santos eu chamaria de "preguiça tática".
Edu:
Moderno no sentido funcional ele nunca foi, pra falar a verdade não lembro de
algum doido ter dito que o Muricy era um técnico de ideias arejadas e de
vanguarda, com boas visões táticas e tal. O que sempre se disse dele, e em
parte concordo, é que ele é um boleiro travestido de treinador, o que em certas
ocasiões pode ajudar. Mas só em certas ocasiões. E funcionou quando recebeu
times prontos, tanto no São Paulo como no Fluminense. Aliás, no próprio Santos
foi campeão da Libertadores com uma equipe que ele assumiu já montada. O
problema é precisar da criatividade tática do Muricy para construir um bom
time, que saiba o que faz. Aí complica,
Carles:
Isso explica, boleiro travestido de treinador ajuda, mas não é suficiente. Falemos
então do menino e da sua teoria no post
anterior de que o resultado o jogo na Vila seria determinante nas negociações
com os clubes estrangeiros interessados. Nesta segunda-feira tem reunião né?
Qual é o quadro que se forma diante do jogo que definiu o campeão paulista?
Edu:
O Santos com o pires na mão, imagino. E o Barça ditando o ritmo da conversa.
Carles:
Tão simples assim? Ouvi dizer que o dinheiro pela venda vai servir inclusive
para pagar algum salário que outro do próprio Neymar!
Edu:
O que corre por aqui é que o clube tem uma dívida polpuda com Neymar. Os
catalães a estas alturas estão sabendo de tudo, trabalhando nos bastidores,
pressionando com argumentos definitivos os intermediários que ainda resistem e
principalmente o Neymar pai. Se o teto de 35 milhões que você mencionou for
real, talvez o Santos possa conseguir até alguma coisinha mais para se livrar
logo do problema, porque uma negociação longa corre o risco de espanar e o Barça
sumir daqui. Ninguém sabe o que pode acontecer se o Neymar não sair já. Seria
uma loteria.
Carles:
Não tem jeito de prolongar além da Copa das Confederações. Não vejo clima mesmo
porque o jogador está atuando amarrado, não tenho dúvidas. Não rende. Se o
Barça já sabe de toda a situação do Santos, vai forçar para fechar antes do
torneio, pois se o Neymar arrebentar, a coisa muda de figura, porque os jogos
serão transmitidos para todo o mundo. Imagino que essa seja a carta que o pai
de Neymar está jogando.
Edu:
E o Santos, que não tem segurança sobre o desempenho de Neymar na Seleção e,
pior que isso, está com a corda no pescoço, obviamente vai forçar a saída. As
coisas estão claríssimas.
Carles:
Estaremos atentos.
Edu:
Por outro lado, o Corinthians também deve sentir bastante a provável saída de
Paulinho - que fez outra partida monumental nessa final. Mas ao menos o time
mostrou que tem estrutura para segurar uma onda pesada como foi a eliminação da
Libertadores. A rigor, o Corinthians entra com força no Brasileiro, mesmo se
perder Paulinho.
Carles:
Achei que o abraço sentido que recebeu do Tite uma vez finalizado o jogo, fosse
a validação da saída de Paulinho, mas depois vi ele repetir o gesto com outros
(alguns). No fim do jogo, o Paulinho falou das especulações sobre as propostas
e, apesar de ser um discurso recorrente nessas situações, acreditei quando ele
disse que não existe nada oficial. Pode me chamar de ingênuo, se quiser.
Lembre-se que ele ficou meio traumatizado com as dificuldades que enfrentou quando
jogou na Lituânia. E Ucrânia, por muito investimento que haja por lá, não tem
um clima convidativo, que digamos.
Edu:
Carlão, você viu o que ele jogou. Friamente, quem os europeus vão contratar no
Brasil hoje - talvez excluindo o Neymar - que seja melhor que o Paulinho? Acho
muito improvável que ele fique, desde que a oferta venha de um grande centro do
futebol. Ucrânia também acho que ele rejeita.
Carles:
Com todo respeito, acho que seria um desperdício. Quero ver ele por aqui,
jogando no Mediterrâneo. É bem mais cálido que a Ucrânia. Consertaria esse meio
de campo do Valencia, por exemplo.
Edu:
Inter de Milão ou algum clube da Alemanha. O Valencia que me desculpe.
Carles:
Valencia na próxima temporada e transferência a um dos grandes, em seguida. E todo
mundo ganha.
Edu:
Sonhe à vontade...
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