Carles:
Por aqui, mesmo a imprensa de Madrid dá como certo o negócio Neymar-Barça. Não
sei se é estratégico para que o impacto de uma eventual venda ao Madrid seja
ainda maior.
Edu:
Não acredito na hipótese Madrid. Hoje surgiu a informação de que o Barça
colocou mais 4 milhões e o Santos praticamente aceitou (só para o Santos seriam
25 milhões de euros). Agora é preciso convencer o pai do Neymar a se contentar
com 10% de tudo, como uma espécie de ‘consolação’ para o que ele ganharia no
ano que vem com o filho livre de contrato. Mas, como prevíamos, o dirigente do
Barça que estava negociando (Raul Sanllehí) voltou para a Catalunha.
Deixou a proposta oficial e avisou: ‘Qualquer coisa, me liguem’.
Carles:
No fim, ficaria em uns 44 ou 45 milhões de euros no total, é isso? Contando o
que o Barça pagará ao Santos e à empresa que tem 40% do Neymar?
Edu:
Isso. Disseram que o acordo com a empresa, DIS, está fechado faz tempo. E esse valor total é o que o Santos e os
agentes do Neymar queriam, para superar o preço do Lucas quando foi ao PSG.
Carles:
Preocupação mais pueril…
Edu:
Idiotice. Mas é para a galera chiar menos – conselheiros, torcedores,
dirigentes. O jogo de Neymar na quarta-feira, pela Copa do Brasil, foi
patético, deu dó.
Carles:
Vi o resumo, coitado, estava até meio desajeitado. É compreensível. Outro sinal
de que a coisa está caminhando é mesmo a possível saída de Thiago Alcântara.
Como Iniesta será cada vez mais meio-campista com Neymar no time, Thiago terá
menos minutos. Só resta sair.
Edu:
Mas, nos jornais da Catalunha, Xavi deu a maior força ao Thiago, disse que é
muito cedo para desperdiçar um talento desses e que ele tem perfil para fazer
história no Barça. Tudo bem que seja um ato de elegância da capitão, mas é uma
opinião de peso.
Carles:
Sei disso, ele recomendou paciência ao Thiago publicamente. O tom das
declarações do Xavi destoa absolutamente do resto do meio futebolístico.
Demonstra inteligência desde a simplicidade de ‘pueblo’.
Edu:
Principalmente porque não precisa fazer gênero, nem polêmica gratuita. Tem um
histórico por trás disso, fala e é ouvido, respeitado. Acho que o Barça também
conta com a grana que vai entrar com as saídas de Villa e Alexis para a
Operação Neymar, né? Se não iria gastar muito mais do que aquele teto previsto
e não teria dinheiro para comprar um zagueiro.
Carles:
Não sei se o Alexis sai. Acho que depende um pouco mais dele do que do Barça.
Edu:
Pedro?
Carles:
Por incrível que pareça, acho que tem mais chances de sair. Tello é um Pedro
melhorado, mais especializado, algo que pode ser mais valorizado no novo modelo
de Barça.
Edu:
Mas Pedro sempre foi um dos intocáveis do Tito.
Carles: Poderia
até ser um tipo de prêmio, a saída. Ele nem tem tanta afinidade com o clube e
são muitos jogadores com funções similares no plantel. Com o perfil de Alexis
são menos, ou nenhum, para falar a verdade. Um centroavante, mas com a qualidade
requerido pelo Barça.
Edu:
Mas a galera não gosta muito do chileno, já foi vaiado mais de uma vez.
Carles: Isso
é um problema, sim. A galera até esquece que Pedro não é ‘canterano’.
Edu:
Se bem que tem uma solução mais prática: vender logo o Cesc e se livrar de um
bonde caro.
Carles: Aí
teria outro tipo de repercussão, apesar de ser outro sempre vaiado. Seria reconhecer
um grande erro ao trazê-lo de volta.
Edu:
Vende por 20/25, põe mais 20 e contrata o Thiago Silva.
Carles: É,
mas seria levantar suspeitas quanto à insistência em Neymar. Lembre-se de que
Cesc foi outro ‘culebrón’.
Edu:
Neymar ainda precisa ser trabalhado e o Barça sabe fazer isso. Cesc chegou
pronto e não se encaixou. Acontece, paciência.
Carles: As
idades são similares, quando da chegadas de ambas ao clube, não?
Edu: Não,
o Fábregas chegou consagrado, com 24 para 25 anos. Neymar tem 21.
Carles:
Sei que você se refere a que o Cesc vinha consolidado, como capitão do Arsenal,
time da Premier League. 21? Nossa! É um moleque mesmo.
Edu: Pode
até se transformar num fenômeno aí, reconheço, mas também tem uma possibilidade de fracasso.
Carles:
As possibilidades de encaixar no Barça parecem bastante razoáveis.
Edu:
Depende de uma troca de tolerâncias e adequações. Neymar terá que mudar muitos focos, o principal deles o fato de não ser o
dono do time. E o Barça terá que ter a paciência de praticamente construir um
novo cara em cima de uma matéria-prima talentosa, mas quase bruta.
Carles:
O Barça está se adaptando ao modus
operandi de Rossel. Provavelmente os mais intolerantes (dos meus) vão sair.
Já foi o Pep, Víctor Valdés, que diz o que pensa ou faz o que quer, é o
próximo. Xavi é um cara crítico, mas gosta de estar no clube no qual se sente
em casa e sabe transigir algumas vezes. Quando a poeira assentar, apesar de
Rossel, a vida deve continuar no Barça e acho que com alguma calma. Uma calma
(um tanto artificial, mas necessária) que vai ajudar na adaptação de Neymar.
Edu: Antes teremos os últimos capítulos do
‘culebrón’.
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