sexta-feira, 5 de julho de 2013

Contra o sectarismo, a crítica equilibrada


Edu: Felipão sempre teve problemas com uma grande parte da mídia. Não é um cara que recebe bem as críticas, tem o costume de radicalizar quando é contrariado e, por isso, comete muitos erros que poderia evitar. Mas na Confecup deu para ver que o papel da crítica pode ser bastante justo e eficaz se houver argumentos. Não fosse uma pressão legítima para que a Seleção não adotasse os modelos defensivos de que Felipão tanto gosta, certamente não teríamos aquele desfecho. De certa forma, esse foi o jogo de parte saudável da mídia, que não é servil nem sectária. Imagino que Del Bosque também tenha a quem ouvir pelos seus lados, mas convive também com os puxa-sacos de um lado e os sectários do outro.
Carles: A relação de Del Bosque com a imprensa é cordial, como todas as relações do Marquês. Mesmo desde regiões como Catalunha ou Euskadi, ele não recebe muitas críticas, porque na verdade ele é o alterego do Felipão, assimila tranquilamente opiniões contrarias e nunca, eu disse nunca, muda o tom e voz. Nestas declarações do treinador, publicadas pelo jornal ‘El mundo’  em que responde a algumas críticas recebias na Eurocopa e 2012, quando decidiu jogar sem um centroavante de ofício: "Vicente Del Bosque reconoció que ha leído todas las crónicas y madurado la crítica de la prensa española por su planteamiento para el estreno de la Eurocopa 2012, sin delantero ante Italia, y admitió que no está ‘cabreado’ si no ‘reflexivo’." (Del Bosque escucha las críticas, ‘El Mundo’, 12 de junho de 2012). Observe como ele começa reconhecendo que leu todas as críticas e refletiu sobre elas. Voltando a esse lado do Atlântico, você diria que a critica especializada, como porta voz da sabedoria popular, foi fundamental para a conquista do torneio? Foi,  digamos em parte, responsável por um time menos mesquinho?

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