segunda-feira, 8 de julho de 2013

Desinformação e intolerância


Carles: Parece que o esporte, como você costuma dizer, é mesmo um perfeito reflexo da sociedade. E nem sempre para bem. Uma dessas facetas é a frequência com que o discurso sexista aparece no cenário esportivo. Esta semana, John Inverdale, um embalado comentarista da BBC, recebeu o triunfo da tenista francesa Marion Bartoli em Wimbledon com uma declaração desafortunada que dizia mais ou menos o seguinte - “será que o seu pai, a pessoa que mais a influenciou na vida, avisou quando tinha 12, 13 ou 14 anos que ela nunca seria um bombom?”, referindo-se ao aspecto físico de Bartoli, obviamente longe do padrão Sharapova. A verdade é que não é um caso isolado. As meninas do futebol, por exemplo, ou mesmo do basquete sofrem com esse tipo de postura retrógrada. Imagino que também não seja fácil a vida das "musas" do vôlei, por exemplo, às que muitas vezes se valoriza mais por determinados atributos físicos do que pelo valor técnico.
Edu: É um dos traços discriminatórios que corre solto no ambiente esportivo, a ponto de ter influência direta nos contratos de patrocínio e nas opções de transmissão pela tevê – além de ser um execrável ataque a padrões básicos de cidadania. Muita gente da comunidade do vôlei reconhece esse outro lado da moeda, quando a preferência estética simplesmente derruba a questão técnica. Para uma parte dos críticos com poder de discernimento, o vôlei de praia, por exemplo, representa um modelo bastante artificial de prática esportiva, no qual o desfile de beldades importa muito mais do que os padrões técnicos. Não que não seja agradável, mas claro que perde a característica de esporte de alto rendimento, vira uma atividade de fachada.
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