sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Contra a mesmice, transgressão

 
Edu: O ambiente do futebol não tem sido muito generoso com palavras e ideias - e faz tempo. Por exemplo, essa história de os treinadores darem sempre as mesmas explicações para as derrotas, o árbitro, a bola parada, a falha individual, retratadas de forma mecanizada pela mídia e também pelos jogadores, nos empurra para uma rotina de falta de criatividade e de reflexão que dá pena. As mesmices são retroalimentadas e é raro, raríssimo, que apareça um jogador ou um técnico que tenha algo interessante a dizer, fora do script. Será que vamos chegar ao vilão de sempre? Também essa pobreza de espírito é culpa do futebol de mercado?
Carles: Nós podemos tentar ser um pouco originais, ao menos, não porque o vilão seja muito diferente do que você aponta, mas porque entrar na roda viva de apontar os mesmos erros sem propor soluções também não ajuda muito. Sempre tem alguma resposta alternativa, mas acho que o cara que se propõe a fugir à mesmice tem inteligência suficiente para saber que a transgressão e uma atividade de estrelato não são compatíveis. Ibrahimovic taxou Guardiola de filósofo, mas acho que não era em menção à sua capacidade pensadora. Poderíamos falar do Xavi, um jogador que, sem se meter em grandes problemas e dando declarações simples, consegue um pouco sair do roteiro estabelecido. Tem também o modelo Räikkönen, que rompe sempre com o estabelecido, a ponto afugentar os jornalistas menos corajosos. Isso me leva à seguinte questão, se realmente existe interesse em ouvir ou reproduzir verdades contundentes. Eu mesmo já presenciei alguma tentativa de o entrevistado fugir do nível baixo e padronizado e o entrevistador preferir retomar uma linha mais cômoda e sonolenta.
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