sábado, 21 de setembro de 2013

Estética do pragmatismo


Edu: Vejo nos jornais daí, nos últimos dias, uma preocupação recorrente e uma certa pressa em se definir o modelo de jogo dos dois grandes, Madrid e Barça. Se o contra-ataque deve ser descartado, se a posse de bola ainda é o melhor caminho (no caso do Barça), se é possível montar um padrão híbrido, se a velocidade dos jogadores vai determinar o tipo de jogo (no caso do Madrid). Essa discussão tem algo a ver com uma preocupação estética ou é só ansiedade por determinar o rumo que as equipes vão tomar em função dos resultados e dos jogadores que têm a disposição, incluindo as duas principais novidades, Neymar e Bale?
Carles: Um pouco de ansiedade tem, para que tentarmos nos enganar? Até o mais cego dos nacionalistas já percebeu a perda de força dos times da 'Liga de las Estrellas', mesmo nos casos os dois grandes. As temporadas por aqui costumam começar com o discurso sobre o favoritismo dos dois ao título continental. Agora se fala em oito favoritos, incluindo, claro, o produto nacional. A desconfiança sobre as próprias possibilidades cria urgências e muuuuuuuuuuita incerteza, pois, além de tudo, mudaram os dois treinadores. O pessoal anda desesperado com o excesso de confiança demonstrado tanto Tata como Carletto. Tem coisas que vão ficando claras, provavelmente com Neymar, o Barça vai ser mais profundo, menos compacto. Nesta semana, testou-se a mudança de modelo durante o jogo, com a entrada de Xavi e saída de Neymar, o Barça trocou, numa única jogada, 27 passes, talvez mais do que no resto da partida, e acabou saindo o quarto gol. No Madrid, o acelerado Modrich segue o ritmo dos dois puros-sangues lá na frente, mas Isco cadencia um pouco mais. Nem acho que isso possa criar incompatibilidades, mas proporcionar uma certa riqueza de recursos, de alternativas. Lógico a intenção é sempre criar polêmica, gerar debates às vezes estéreis. Ancelotti acaba de declarar que o time vai ter mais a bola, mas que nada impede de que cheguem ao gol com 3 toques em vez de 30. Questão de inteligência, segundo ele.
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