segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Na Premier, uma salada de estilos

 
Carles: Ouvindo o programa "Acento Robinson", da Cadena Ser, deste fim de semana sobre os mais de 300 jogadores espanhóis espalhados pelo planeta, não pude evitar reconhecer alguns dos temas discutidos com frequencia no 500 aC sobre o respeito à cultura local, imposição de valores, etc. A partir do minuto 42 do programa, Michael Robinson, o jornalista e ex-jogador do Liverpool, Osasuna e Cádiz entrevista o também inglês e híbrido de espanhol John Carlin, escritor e colunista do El País, que morava em Sitges, Catalunha, há 15 anos e acaba de retornar a Londres com o filho de 13 anos, como tantos outros espanholitos. Segundo o pai Carlin, nem ele nem filho conseguem tolerar o futebol de Premier, tampouco o menosprezo dos compatriotas quanto ao tiqui-taca espanhol, relacionando-o com a falta de ambição ofensiva. Aliás, algo similar ao que eu ouvi de grande parte da torcida brasileira. Segundo os dois jornalistas ingleses, os jogadores espanhóis desembarcados aos montes na liga inglesa, estão fadados à pasteurização soba influência de um estilo ultrapassado. Até que ponto essas opiniões são uma mostra de intolerância com a cultura local, vindas justamente de quem conhece os dois lados da moeda? Será que, com o tempo, o pequeno James Carlin acabará adotando o estilo que corre nas suas veias ou sempre vai prevalecer o gosto pelo que ele aprendeu durante estes anos vivendo e jogando bola na Catalunha?
Edu: Um dos primeiros argumentos que chamam a atenção é sobre o contágio, algo que seria saudável ao futebol inglês. Com tantos espanhóis na Premier, alguma coisa teria que avançar em matéria de toque e bola no chão em um futebol que não gosta de trocar mais do que três passes. Acontece que não há só muitos espanhóis no Reino Unido, embora sejam maioria entre os estrangeiros. São muitos alemães, franceses e sul-americanos também. Portanto, uma salada de estilos que pode tornar a 'contaminação' algo indefinido. Mas será que o torcedor inglês quer esse contágio? Os estádios estão cheios, a grana corre solta. Pelo jeito eles estão gostando da salada e certamente haverá resistência ao tiqui-taca.
Leia o resto desta publicação em

Nenhum comentário: