Edu: Vivemos
batalhando – os que gostam de se deleitar com este jogo – por mais inteligência
e menos músculos no futebol. Do tempo em que os preparadores físicos propunham
aquelas sequências de flexões absurdas, movimentos de polichinelo e todo tipo
de exercícios rústicos até chegarmos aos sofisticados recursos tecnológicos de
hoje, será que não foi devidamente priorizado um melhor desempenho intelectual
do jogador em campo? Pensou-se na força bruta, na capacidade pulmonar, na
circulação sanguínea, mas não suficientemente no cérebro?
Carles: É uma atividade física e sem a devida
preparação ninguém teria a mínima chance de sobreviver, pelo menos na alta
competição. Alguns inclusive sofrem pela falta de fortalecimento físico.
Iniesta vive entre algodões porque é o típico boleiro, aprendeu a lidar com a
bola sem nunca ter se preocupado demasiado com o físico. Dito isso, acho que
valeria a pena sim fazer uma reavaliação da importância do trabalho sistemático
para a melhora das condições mentais do atleta, no mínimo para aperfeiçoar
rotinas, mecanização, capacidade de reação e reflexo. Já existem corpos
técnicos que aprenderam a valorizar a preparação cognitiva e emocional,
sobretudo com objetivos motivacionais. (…)
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