terça-feira, 30 de abril de 2013

Enquanto isso, no Santiago Bernabéu...


Carles: Vai começar o sufoco para o time do proletariado alemão.
Edu: Bom, vou assistir... Que horroroso esse Coentrão.
Carles: Nem o Zaragoza quis… só o patrício para prestigiar. Se o Marcelo tivesse tido alguém para aconselhá-lo, nem com Mourinho tinha perdido a posição.
Edu: Marcelo com uma perna só está a anos luz dele.
Carles: O poder de Mendes, o conquistador.
Edu: Perderam rapidinho o controle do jogo... O meio de campo então nem se fale.
Carles: Não é o que opinam Juan Carlos Rivero y Manolo Sanchis…
Edu: Narrando o jogo?
Carles: Torcendo, você quer dizer?
Edu: Carlão, o craque do time não é o Götze... Esse Marco Reus joga muito.
Carles: Tive a sensação que Mario tinha se “borrado”, você não?
Edu: Na mesma hora pensei nisso... até para não enfrentar o futuro time na final.
Carles: Pode ser. Mas o futuro time tem ainda o Barça amanhã.
Edu: Isso sim é otimismo.
Carles: O Lewandwski é o típico goleador, mas não é bobo com a bola no pé…
 Edu: Um pouco indolente talvez. Deve ter ficado mascarado depois dos quatro que marcou.
Carles: É o perigo desse time de garotos e cheio de talento, propenso à máscara, não no jogo de hoje, mas a médio prazo.
Edu: Da gosto de ver, mas acho que não pode com o Bayern. Infelizmente.
Carles: O Hummels recuperou-se dos erros de Dortmund… Partidaço.
Edu: Achei que o Özil também deu uma pipocada... E Benzema deve estar se despedindo de Madrid.
Carles: Hummels reconheceu que foi o único que jogou mal em Dortmund.
Edu: Ele é um tremendo zagueiro. Naquele dia estava voltando de contusão.
Carles: É um baita jogador… mesmo atuando no meio-campo. O perfil físico faz dele um grande zagueiro, e dos modernos.
Edu: Que é isso Lewandowski? Como perde gols esse cara.
Carles: 1 a 0
Edu: Agora, aguenta… 2 a 0
Carles: É hora de a molecada se controlar.
Edu: Um prosaico contra-ataque poderia acabar com o jogo, mas eles não se levam a sério...
Carlos: Final de jogo…  Se o time do Cholo tiver um pouco de autoconfiança, o “Special One” finaliza a temporada em branco.
Edu: A final da Copa, né ?
Carles: Isso
Edu: Só que esse time do Atlético não e nada confiável...
Carles: Mas depois do desastre de Dortmund, vai ter uma hecatombe em Chamartín.
Edu: No primeiro dia as manchetes vão falar de 'épica', 'heroica'.. mas depois de amanhã começa a cair a ficha. O luso perdeu três Champions consecutivas. Duas em casa.
Carles: Exatamente
Carles: Não vai acontecer, mas imagina se o Messi decide amanhã que o Bayern não vai para a final.
Edu: Aí a hecatombe de Chamartín é amanhã mesmo.
Carles: 5 a 0 no Bayer é impossível, mas…
Edu: O time é muito estruturado, Carlão.. e não vai desperdiçar chances como o Borussia fez hoje.
Carles: Não se esqueça que o Camp Nou é cenário de alguns traumas para o Bayern…

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Do jeito que o europeu gosta


Carles: Depois das pedras preciosas, do pau-brasil, agora, é a grama! Parece que os gramados no Brasil vão estar aparadinhos para a Copa, curtos, seguindo a preferência das equipes europeias. Você tem notícias disso?
Edu: Os gramados que foram testados até agora, de quatro estádios, estavam bem curtos mesmo. Se foi para agradar os europeus ninguém aqui percebeu isso, se bem que os times brasileiros normalmente preferem de fato a grama um pouco alta. O mais complicado para a Copa das Confederações será a qualidade da grama, que foi plantada há pouco tempo e já vai entrar no ritmo de jogos seguidos. No Mineirão, por exemplo, houve problemas no amistoso Brasil e Chile.
Carles: Os times europeus, nas cada vez mais raras excursões ao Brasil, queixam-se dos gramados altos. A argumentação é que favorece o jogo mais cadenciado e de alguma forma lento do futebol brasileiro. Inclusive é uma das questões a ser consideradas na adaptação dos jogadores brasileiros quando chegam aqui. Nem todos claro, alguns conseguem fazer embaixadinha com tampa de refrigerante em cima de uma corda bamba. Por aqui, os grandes times pelo menos tentam jogar com o gramado bem aparado e um pouco molhado para facilitar a circulação rápida da bola.
Edu: Os brasileiros que se queixam dos gramados na Europa, pode estar certo, estão buscando desculpas. Porque a grande dificuldade dos gramados brasileiros - para jogadores brasileiros - não é a altura da grama nem o fato de a bola correr mais ou menos, mas a irregularidade do terreno, os remendos, os buracos, a falta de nivelamento, o que talvez explique a embaixadinha com tampa de refrigerante. Claro, não falo dos maiores estádios, mas dos muitos campinhos que mesmo os craques de primeira grandeza precisam desbravar neste país. Talvez a Copa comece a mudar um pouco isso.
Carles: Você acredita que os estádios para a Copa, pelo menos os mais importantes, os das fases decisivas, devam passar no teste então? Claro que a característica dos gramados e do próprio terreno tem um pouco a ver com o clima e com a composição dos solos. Uma dificuldade adicional. Mas nada que um pouco de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento não consiga resolver. É hora de desenvolver tecnologia própria, não?
Edu: Não tem por que não se fazer, neste momento, os melhores gramados que existem. Há bons campos aqui, que já utilizam tecnologia própria, com as devidas adaptações ao clima. Com tanto dinheiro nas novas arenas, só não serão feitos gramados perfeitos se os gestores não quiserem, mesmo porque o gasto com o gramado é ínfimo perto do preço total de uma obra desse porte. E, claro, não tem sentido fazer um estádio moderno e funcional se o terreno de jogo for um pasto. O problema maior, como por exemplo acontece no novo Maracanã, é mesmo o atraso da obra estrutural que, no fim das contas, compromete o último serviço, ou um dos últimos, que é a montagem do gramado. Nesse ponto, aliás, defendo que a Fifa seja muito mais rígida do que em outras frugalidades, como a bobagem de proibir venda de comidas típicas nas cercanias dos estádios... Completa estupidez dos suíços.
Carles: Mas que pelo que sei foi revogado, ou nem chegou a vigorar.
Edu: Ainda não foi revogado oficialmente, mas será. A repercussão foi de tal forma indignada que os cartolas da Fifa foram obrigados a recuar.
Carles: Segundo uma entrevista do Fenômeno ao Diário As, de Madrid, o mérito desse “consenso” quanto aos gramados é dele: "No campos de futebol do Brasil, os gramados sempre foram muito altos e mais espessos do que na Europa. A primeira coisa que fiz quando fui nomeado embaixador do Comitê Organizador Local foi pedir que em todos os estádios a grama fosse como na Europa, curta e fina. É claro que esse tipo de gramado  favorece aos brasileiros! Esse tipo de gramado favorece a todos os bons jogadores, espanhóis, brasileiros ou de qualquer país."
Edu: Imagino que esta seja ainda a visão europeia do Ronaldo, que como todos os brasileiros que retornam têm aquele choque inicial com os gramados daqui. No Brasil, dificilmente você vai ouvir um bom jogador criado aqui reclamando de um gramado de média qualidade, com mínimas condições de jogo. O craque mesmo só vai protestar quando for um terreno impraticável, já que o ‘cabeça de bagre’ nem isso vai fazer. E, lógico, o Iniesta vai querer um gramado perfeito para desfilar, mas o Neymar pode se virar em qualquer canto. Talvez seja uma das poucas 'vantagens' que o futebol brasileiro ainda tenha.
Carles: Mas depois de provar o filé, é difícil se conformar com menos. Caso do Ronaldo e que, mais cedo ou mais tarde, será do Neymar também. Segundo o diretor de comunicações da FIFA, Walter de Gregorio, "existem campos no Brasil com até sete tipos distintos de grama e que tem que ser trocados por um único tipo”. Será que isso é uma tentativa de enriquecer alguém com a empreitada ou é real? Na verdade, Gregorio se referia à dificuldade de atender totalmente à solicitação de Ronaldo, pelo seu elevado custo.
Edu: É real. Tão real quanto o fato de alguém fazer bons contratos com os novos gramados, como é de praxe quando se trata de Fifa. Temos uma tênue esperança que os novos estádios ajudem a começar a mudar a cultura dos gestores de praças esportivas. Essa história dos muitos tipos de grama no mesmo campo ainda é uma clássica ação estúpida dos administradores com mentalidade vira-lata. Fazem como no asfalto das ruas das grandes cidades: em vez que gastar 100 com uma grande reforma, gastam 200 com dez pequenas reformas, a 20 cada uma. E saem dizendo que economizaram.
Carles: Também não pense que aqui é tudo uma maravilha. Já houve muita enganação, contratatos com empresas teoricamente especializadas para a troca do gramado inteiro de um estádio, em regime de emergência, a ponto de iniciar a liga para, depois, o gramado começar a soltar inteirinho. Por imperícia na colocação, não cumprimento dos prazos necessários para consolidação das placas ou o uso de um tipo de grama inadequado ao clima, trazido não sei de onde. E não estamos falando só de pequenos times, aconteceu com o Real Madrid, com o Barça, com o Atlético de Madrid…
Edu: Tem razão, picareta é uma raça globalizada.

domingo, 28 de abril de 2013

Jogador-bandeira, um símbolo que resiste ao capital


Edu: Uma figura em extinção por estes lados ainda é bastante cultuada nos times daí, na Espanha até mais que em outros lugares. É o que vocês chamam de jogador-bandeira, aquele símbolo do clube, formado na 'cantera', que incorpora todos os valores de identificação que a torcida tanto gosta. Alguns times, como o Barça, têm até mais de um, como Xavi e Puyol. Talvez só a Inglaterra ainda tenha tantos jogadores-bandeira como a Espanha - Terry no Chelsea, Gerard no Liverpool e Giggs no United.
Carles: Imagino que isso esteja associado à superlativa vinculação com as raízes. Nas férias, a maioria dos espanhóis mantêm o hábito de voltar aos “pueblos” de origem deles mesmos ou os pais, onde conservam a casa da família com as características das construções originais. Mas nada que possa resistir muito tempo ao vil metal. O Brasil perdeu faz tempo essa batalha. Eu diria que até os sotaques regionais a Globo estigmatizou, que dirá de outros vínculos afetivos, mais frágeis ainda.
Edu: Não resiste mesmo. Na Itália, que sempre teve essas presenças locais muito pulsantes, a história dos símbolos já naufragou faz tempo. E mesmo aí perto, em Madrid, o “Special One” se encarregou de enterrar o último jogador-bandeira dos ‘blancos’, Iker Casillas. A rigor, acho que é um símbolo com os dias contados em qualquer canto do mundo do futebol. Aqui, os últimos foram dois goleiros, um que já parou, Marcos, e outro que já devia ter parado, Rogério Ceni.
Carles: O grande obstáculo na carreira de Casillas neste momento é justamente superar esse forte vínculo, o fato de ser o "buque insígnia" do madridismo. Marginalizado pelo zangado, não tem outra alternativa que sair do território espanhol, caso o treinador siga no clube.
Edu: Nem sei se o torcedor, hoje em dia, tem esses laços tão fortes com o capitão ou com o jogador que de alguma forma simboliza a história do time. Certamente isso começou a ser desmontado quando da Sentença Bosman, em meados da década de 1990, a lei que permitiu a livre circulação de todos os jogadores europeus dos países da zona do euro, como qualquer trabalhador. E o retrato mais fiel dessa transformação foi o time da Inter de Milão, várias vezes campeã da Itália a partir de 2005 e que quando conquistou a Champions não tinha um único italiano entre os titulares. Por coincidência o técnico era Mou.
Carles: Feito que ele esteve a ponto de repetir no Madrid faz uns dias, no jogo de volta contra o Galatassaray em Istambul, escalando um time com um único espanhol. Repito o que já disse algumas vezes, os jogadores de futebol são profissionais e nenhum torcedor tem direito a vetar a saída de um ídolo. Mas é de se agradecer que um polpudo cheque não seja capaz de acabar com tamanho idílio. Em Valencia tivemos um caso desse tipo, Albelda, jogador que se despede no final desta temporada e que, pese ter iniciado a carreira em primeira cedido ao Villarreal, é o jogador-bandeira do clube ‘che’. Outro dia reivindicou não só mais jogadores espanhóis no seu time, mas que os valencianos fossem em maior número. Isso não o impediu de entrar com um processo trabalhista contra o clube em 2008. Prova de que a sua lealdade não é cega.
Edu: Lealdade tem limites, ainda mais nestes tempos e nesse ambiente. Raulzito que o diga. Ao deixar Madrid - coisa que a torcida nunca imaginou que poderia acontecer -, poderia ter falado poucas e boas depois de ser relegado pelos galácticos. Mas a sua resposta foi simplesmente sair, quietinho.
Carles: Madridista porém correto. É um cara educado e deu provas do seu carinho pelo clube. O próprio Del Bosque e também Camacho, madridistas exemplares, comprovaram que a lealdade que eles dedicaram ao clube não foi recíproca. Coisa de grande capital. O apego muito mais visível em outras regiões do território espanhol, inclusive na segunda maior cidade, Barcelona, não é moeda corrente nos times da capital. Torres foi embora sem quase trauma para o Atlético de Madrid, clube que até a chegada de Simeone nunca hesitou em desfazer o plantel a cada fim de temporada.
Edu: Acho que esse é o caminho irreversível dos novos tempos mesmo. Pouco apego, poucos vínculos, renovação de símbolos. No Brasil, onde a principal saída dos craques que se destacam continua sendo o aeroporto, o jogador-bandeira é mosca branca, definitivamente. Mesmo os times mais populares não cultuam os craques por muito tempo. É a era do efêmero.
Carles: Só que quando chegam, contratados, dizem que são torcedores do clube desde garoto. Aí não é assim? Não né? Demasiada rotatividade ultimamente.
Edu: Já foi um dia... Hoje, ninguém é de ninguém.
Carles: Xavi e Puyol são ‘culés’ de carteirinha, passaram a vida deles no clube e realmente sentem apego ao clube, à terra. O clube também procura recuperar jogadores formados em casa, como Piqué, Fábregas e Jordi Alba. O Athletic de Bilbao faz o mesmo. Não é só uma questão política, mas de identidade com os valores locais. Identidade e identificação porque é importante reconhecer-se. Tanto para quem permanece no lugar onde nasceu como para quem sai para o mundo.
Edu: É bonito, saudável, poético. Mas mesmo nesses lugares com forte identificação local é difícil prever quanto vai durar. Você garante?
Carles: Garantir não, ter esperanças de que todos nós procuremos revalidar os valores regionais em troca da pasteurização da globalização, sim. E nem acho tão improvável.
Edu: Assim seja.

sábado, 27 de abril de 2013

Navegar é preciso... e sobreviver também



Carles: Na semana de mais um aniversário da Revolução dos Cravos, o que você acha de falarmos desse incompreensível futebol português, que tantos craques produziu, mas que não consegue sair da sombra. Exceto por algum e escasso título continental das suas principais "equipas" e da proeza em Londres 1966, não acabam de se mostrar competitivos.
Edu: Antes de mais nada, é um problema sério de identidade futebolística, talvez ligado à própria história do povo português, sempre dividido entre o mundo exterior, as grandes conquistas navais, e seus dilemas internos mal resolvidos, tão bem descritos por caras dolorosamente geniais como Camões, Fernando Pessoa e Saramago. Mesmo a Revolução dos Cravos, que poderia ter se tornado um momento crucial de transformação (e de fato foi, mas só em parte), conseguiu de certa forma aprofundar algumas divisões internas. O futebol, como sempre, retrata um pouco isso: a dúvida entre um jeito mais universal de jogar, voltado para um mescla saudável com América do Sul e África, e a forma europeia clássica, próxima aos ingleses, mais mecânica.
Carles: Uma questão de identidade e não só futebolística, portanto. Mistura de celebração eterna e essa melancolia tão característica, a Revolução dos Cravos tem a fisionomia dessa bipolaridade tão característica da cultura portuguesa, conquistadora e, ao mesmo tempo, submissa. A mais conectada e tolerante com a proximidade entre Europa e África, talvez. O gosto pela miscigenação é um fato na vida dos portugueses, ligado obviamente ao colonialismo. Não é a toa que a maioria dos craques como Eusébio ou o próprio Cristiano Ronaldo tenham surgido das colônias ou das ilhas.
Edu: É o que se nota em qualquer conversa com o sempre muito hospitaleiro povo português quando se trata de se relacionar com os brasileiros, cuja conexão colonialista dispensa maiores detalhes. O futebol português, como a própria sociedade lusa, teria tudo para funcionar como uma mescla atraente de culturas, no fundo é assim, mas parece uma obra inacabada. Se o assunto é apenas jogar bola então, nem se fale. Entre Eusébio e Cristiano, houve muita gente boa, entre os quais os mais recentes Luis Figo e Rui Costa, representantes máximos de uma geração brilhante.
Carles: Inclusive Rui Costa é a própria expressão dessa dicotomia. Sempre desfrutei de vê-lo jogar e sempre decepcionou na hora de competir, de recorrer à alma, uma vez que se esgotam os recursos físicos. Essa parece a postura lusa diante de todos os momentos decisivos, “a alma a gente reserva só para a boemia”, para as jam sessions de fado regadas de vinho. Isso parece estampado no espírito da seleção de futebol. Inclusive naquela final contra a Grécia, na Eurocopa 2004 que eles mesmos organizaram e que tinha Felipão no comando. Navegar é preciso e essa proximidade ao naufrágio parece sempre um estímulo meio masoquista. Já nem sei quantas repescagens eles tiveram que disputar.
Edu: Era o que faltava para desmoralizar aquela geração, um técnico que tinha Deco e Rui Costa no time, mas fez o que fez. E ainda tem a cara de pau de comemorar até hoje ter sido vice-campeão jogando em casa e perdendo para os ‘poderosos’ gregos. Um pouco daquela decepção está refletida no time de hoje, um conjunto estranho de jogadores desfribados tecnicamente e ao mesmo tempo herdeiros de um modelo um tanto tosco de formação de volantes e zagueiros duros. Tanto é que o único organizador de jogo é um cara até habilidoso, mas inconstante, João Moutinho, que normalmente tem a companhia de tipos como Raul Meirelles, um trator. Sem contar a defesa também bastante irregular, onde estão os sutis Bruno Alves e Pepe, além do seu amigo Fábio Coentrão. Desse jeito, a situação fica mesmo muito complicada para Cristiano lá na frente, praticamente sozinho.
Carles: Esqueceu de Nani, outro exemplo desse eterno "quase" do futebol português. E olha que o rapaz tem ao alcance da mão o vovozão Ferguson, que pode ser o que for, mas, temos que reconhecer, foi fundamental para que um talento natural e indisciplinado como Cristiano Ronaldo se transformasse nesse jogador que é hoje, que sempre quer mais. Muito distante dessa idiossincrasia portuguesa, não?
Edu: É verdade, Cristiano é a síntese desse choque de ambições, um tipo insaciável, que não acaba de se encontrar ao lado dos companheiros de ataque da seleção, o desajeitado e grandalhão Hugo Almeida, que só funciona pelo alto, e um que vocês têm o prazer de apreciar aí todo fim de semana, jogando pelo Zaragoza, Elder Postiga. Além do Nani, que sempre teve habilidade e constância física, mas cuja máscara é muito maior do que o futebol. É dose. Por isso, temo pela próxima repescagem no caminho dos lusos nas eliminatórias, já que o grupo parece que terá a Rússia como campeã, sem maiores dificuldades. Sinto que não teremos fado e vinho verde por aqui na Copa do ano que vem.
Carles: Seria uma pena.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A Seleção e o vírus da prepotência


Carles: Desta vez não pude ver o time do Felipão. O amistoso contra o Chile teve tão pouca repercussão, também pela importância das semifinais da Champions League, que fiquei sabendo já muito tarde. Como foi? Li que mais da mesma coisa, não é? Vaias incluídas e ‘olé’ para o jogo do adversário…
Edu: Não por acaso fizemos aquele post, se não me engano com o título 'Nada que não possa ficar ainda pior'. Um desastre completo. Nem podem dizer que não houve apoio do torcedor de Minas. O clima era muito bom no início do jogo, mas foi impressionante com tudo foi se desfazendo. A reação não poderia ser outra ao final.
Carles: Como disse, não vi o jogo mas costuma suceder que, quando um jogo desses vai de melhor a pior, é sintoma de que internamente está se sentindo a pressão, a necessidade premente de mostrar resultados. Parece óbvio, mas é que muitas vezes não tenho certeza de que exista consciência por parte do Felipão das urgências, das necessidades de mudança. Talvez ele até saiba, mas seja totalmente incapaz de, ao menos, tentar uma reviravolta. Só teimosia não é, estou certo.
Edu: Só se prepotência e autoritarismo forem formas mais agudas de teimosia. Tratava-se de um amistoso contra um time remendado do Chile, com três ou quatro titulares, assim como o Brasil, que jogou só com os caras que atuam aqui, sem os 'europeus'. Mas a Comissão Técnica transformou esse último teste antes da convocação final para a Copa das Confederações em uma guerra pelas últimas vagas. Tentaram, com isso, motivar os caras além da conta. Uma postura deplorável. E o resultado foi exatamente o oposto, menos pelo empate em 2 a 2, e mais pela absoluta apatia dos jogadores, que não são idiotas e não caíram na esparrela de Felipão e sua turma.
Carles: Pois é, teve pressão adicional, como imaginava. Mas deu para reconhecer uma cara no time? Não me refiro a uma fisionomia que possa ser estimulante para os apreciadores do bom futebol. Pelo menos, existe a sensação de um projeto, mesmo que arcaico?
Edu: Não, não e não. Sem projeto, sem cara, total falta de fisionomia tática. A rigor, não se esperava outra coisa, vindo de quem vem. Mas, fosse um cara mais lúcido (e, por isso, um tantinho mais humilde), já que não há tempo, o lógico seria manter a base tática do Mano Menezes.
Carles: Mas teve Neymar e Ronaldinho. Nem faz tanto tempo, se aqui na Europa se anunciasse qualquer partida com Ronaldinho e Neymar no mesmo time, eu não acharia estranho que muitos dos nossos amigos "aficionados sin fronteras" fizessem de tudo para estar na arquibancada. Se me perguntarem, o que eu digo, ‘vai, vale a pena’ ou quem sabe quando não for um simples amistoso?
Edu: Neymar foi o cara mais vaiado em campo. Isso basta ou quer mais? E Ronaldinho só não foi mais vaiado porque os torcedores do Atlético ocuparam mais da metade do estádio, já que o jogo foi em Belo Horizonte. Além disso, o dentuço pegou pouquíssimo na bola, teve aquela costumeira participação invertebrada, foi o ilustre ausente sempre.
Carles: O Bernard, jogador que descobri no ano passado quando estive no Brasil - e gostei muito! - companheiro dele no Galo tem entrado no time ou pelo menos nas convocações?
Edu: Ele sofreu uma lesão grave há algumas semanas e não teve chances ainda. Mas tenho minhas dúvidas se o Felipão vai levar um jogador 'baixinho' e deixar de fora algum de seus mastodontes. A verdade é que vivemos uma espiral descendente, Carlão. O fato de as coisas darem errado alimenta a nefasta postura da Comissão Técnica de sempre responsabilizar quem ‘não entende de futebol’ e por isso faz críticas. Ou seja, a imprensa. Só que, neste caso, a imprensa representa o resto dos mortais, entre os quais os 50 mil que estiveram no jogo do Mineirão. Logo após o jogo, aliás, Felipão abandonou a entrevista coletiva ao ser perguntado se uma campanha ruim na Copa das Confederações poderia provocar sua saída. Que esperar de um cara desses?
Carles: Nunca esperei muita coisa, mesmo, mas acho que os anos e a adoção de uma postura defensiva permanente podem inclusive piorar o seu trabalho, se fosse possível. Por muitos anos, aguentamos o Javier Clemente à frente da seleção espanhola. Dono de ideias retrógradas quanto ao futebol e também pródigo em realizar entrevistas coletivas históricas. Sempre foi um poço de arrogância, mas pelo menos era divertido, mesmo quando esculachava todo ser vivente que se lhe atravessava pela frente. Pasmem, a evolução se deu com a chegada de outro técnico nem tão acessível, nem paradigma de modernidade, Luis Aragonés. À frente da seleção, Luis pareceu sofrer alguma convulsão interna e apostar por um jogo moderno e dinâmico, algo de que nunca dera nem ao menos sinais em seus trabalhos anteriores. Quem sabe tem uma luz no fim do túnel…
Edu: Não vejo essa possibilidade de upgrade no gaúcho, nem de longe. Ao contrário, quanto mais o torniquete aperta mais sectário ele fica, enclausurado em suas poucas e pobres convicções esportivas. E tem o agravante da postura. Acho que é um vírus da arrogância e da prepotência que assola os profissionais do futebol que têm como representante o tal de Jorge Mendes. Convivemos agora com o 'vírus Mendes'.
Carles: E nem pela via do auxiliar existe muita esperança, suponho. Porque no caso do Aragonés, chamado o ‘sábio de Hortaleza’ e sua repentina transformação, eu tenho uma particular teoria. O assistente na seleção foi José Armando Ufarte Ventoso, um ex-jogador de dupla nacionalidade espanhola e brasileira, de passado como jogador do Atlético de Madrid e Racing de Santander de 1964 a 1976 e que, antes, entre 1958 e 1964, ainda muito jovem, tinha sido jogador do Flamengo e Corinthians. Coisa rara, nessa ordem, talvez inédita! Esteve a ponto de ser titular da Seleção Brasileira e depois jogou na “Roja”. Figura discreta, treinador das seleções de base, mas com visão distinta e preferência por um futebol vistoso. Acredito que teve muito a ver com a mudança do velho Aragonés ao ganhador da Eurocopa 2008. Sempre passou inadvertido pelos meios, mas é possível que tenha sido uma peça chave na transformação do futebol espanhol. É só uma teoria pessoal.
Edu: Os auxiliares diretos do Felipão comungam com a visão dele há anos, a cada churrasco familiar. E o outro que tem uma hierarquia um pouco superior, Parreira, é praticamente um diplomata do futebol, um cara de 70 anos que não está aí para criar caso. Precisa dizer mais?
Carles: Em 2008, quando ganharam a Eurocopa, o primeiro título desta fase importante o futebol espanhol, Ufarte tinha 67 anos e Luis, 70. Nunca é tarde para mudar. Basta um pouquinho de humildade e vontade.
Edu: Louvo seu otimismo. Quer dar uma palestra por aqui?
Carles: Otimismo é meu segundo sobrenome. Só que senso crítico é meu apelido, desde criancinha. Quando quiser.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quando os modestos triunfam na Europa desigual


Edu: Há alguns dias esteve em São Paulo Paul Breitner, um histórico do futebol alemão, campeão do mundo em 1974. Com uma boa dose de arrogância ele afirmou nas várias entrevistas que concedeu por aqui que o trabalho de formação de jogadores na Alemanha estava em um patamar muito superior ao da maioria dos grandes centros europeus. Disse também que o saneamento de alguns clubes, entre eles o Dortmund, era motivo de orgulho para o país. Hoje vimos: não era arrogância.
Carles: Era arrogância, sim. Porque o futebol, como tudo na Alemanha, sofre com as políticas austeras e conservadoras que arrasam os direitos sociais na Europa e que chegam justamente num gentil oferecimento do governo Merkel. Outra coisa é que apesar do preço social que se paga, o que o ex-lateral do Madrid contou seja uma verdade como um templo. Já faz tempo que os salários dos operários alemães sofreram um arrocho tremendo (incluindo os critérios de aposentadoria e o seguro desemprego) e, segura de que está certa, ‘fraulein’ Angela pressiona o resto dos países a seguirem sua política. Esclarecida a fanfarronada alemã, o Borussia mostrou que realmente fez uma política sensacional na formação dos seus craques. Se bem que o espírito imperialista demonstra também sua voraz “autofagia”, sobretudo se forem confirmadas as transferências de Götze e Lewandowski para o todo-poderoso Bayern. Outro detalhe é que o futebol alemão não está isento de barbaridades como a de o Borussia pagar 17 milhões de euros por um jogador formado nas suas categorias de base como foi o caso de Marco Reus.
Edu: Breitner certamente não estava falando do governo Merkel, muito menos do arrocho social do país. Aliás, esquivou-se o tempo todo de questões sociopolíticas porque, imagino, não teria sólidos argumentos, governista que é. Estava mais se referindo ao papel que o futebol tem exercido hoje para a juventude alemã, no que, sinceramente, acredito. Quanto às distorções, que você chama de autofagia, está longe de ser privilégio alemão. Acho até que o Dortmund, que gastou menos do que o preço do Pepe para montar o time inteiro, já previa essa debandada de alguns craques em troca de muitos milhões de euros. Para um time que há seis ou sete anos estava falido, não está nada mal.
Carles: Só que é impossível desvincular a situação social e econômica do futebol profissional. Mas falemos do jogo, 4 a 1, e se o talentoso time do Burussia não tivesse passado a maior parte do primeiro tempo fazendo a bola cruzar os céus de Dortmund, algo que não entendi quando ganhava desde o oitavo minuto, o Madrid provavelmente teria sofrido uma derrota histórica. E falando em Pepe, desastrosa partida do central.
Edu: Vamos falar de situação social e econômica, sim, porque esse Borussia é o time mais socializado da Alemanha, foi a torcida que o salvou da bancarrota. A rigor, é um pequeno que deu certo por causa do apoio popular. Dortmund é uma cidade de meio milhão de habitantes, um tanto relegada economicamente, inclusive. Talvez a gente não tenha ideia neste momento da dimensão do resultado, porque acabou de acontecer. Mas numa perspectiva histórica o modesto derrubou o bilionário todo-poderoso. É muito diferente do duelo de gigantes da véspera que terminou com o Barça nocauteado.
Carles: Sem dúvida, é o mais popular da Alemanha. Dizem que o seu estádio é o mais ruidoso da Europa, sua torcida é incansável e praticamente foi ela que empurrou aquela bola contra o Málaga que levou o time à semifinal. Agora, ponha-se no lugar do torcedor local ao ver o sensacional time de cuja montagem ele também se sente responsável começar a ser desmontado pela força do talão de cheques que chega de Munique… Do ponto de vista neoliberal, perfeito, gastar menos do que o custo de Pepe e vender só o Götze por 35 milhões. Mas futebol é outra coisa, sigo convencido. Um aviso ao senhor Uli Hoeness que por certo está sendo investigado por fraude fiscal: depois dos 4 de hoje, Lewandowski vale o dobro.
Edu: O torcedor sente, vai esbravejar nos primeiros meses e coitado do Götze quando voltar lá com a camisa do Bayern. Mas ninguém vai cortar os pulsos por causa disso e daqui a pouco a 'muralha amarela' elege outro ídolo e pronto. Esses rancores no futebol de hoje são uma pequena parte do show, não mais do que isso, e não impedem a coisa de caminhar. Quando fechar a venda dos dois - Götze e Lewandowski , o Borussia terá feito o maior negócio do futebol europeu nas últimas temporadas. E a vida vai seguir...
Carles: Claro, já falamos disso, o garoto Götze tem 20 anos, é profissional e está absolutamente certo. Mas então também não levemos a proeza de saneamento dos clubes para o lado heroico e épico. Não tem milagre, é tudo produto de uma Europa cada vez mais desigual. E isso não tira o mérito dos espetaculares jogos realizados por Bayern e Borussia. Se chegarem à final, será feita justiça e isso eu já reconheci aqui faz algumas semanas.
Edu: Não tem nada de heroico, épico e milagroso no saneamento do Borussia, não sei de onde você tirou isso. Aliás, nem sei se o time está mesmo saneado – quem falou foi o Breitner. O que é admirável, isso sim, é que a torcida - que é quem interessa - abraçou a causa e tirou o clube do buraco. E, sinceramente, deixo para você fazer a conexão entre a Europa desigual e o Borussia de hoje. A estas alturas do dia não tenho mais paciência pra isso.
Carles: A conexão é obvia. A Europa é mais desigual graças à falsa moral propagada pelo atual governo alemão de que os problemas econômicos do continente se devem ao esbanjamento e ao consumismo irresponsável dos cidadãos. Provavelmente os mesmos que pagam ingresso no Santiago Bernabeu ou no Signal Iduna Park, cujos preços mais altos, por certo, seguem desproporcionais, por volta de 300 euros na Espanha e de 100 na Alemanha, durante esta fase da Champions. Inexplicável.
Edu: Ok.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Lição alemã, e é só o começo


Carles: Não é nenhuma novidade, mas acho que, hoje, assistimos ao campeão da Champions.
Edu: Sim, assistimos. E de um jeito alemão de jogar - com talento, mas alemão.
Carles: Os alemães estão se reinventando, inspirados no jogo dos baixinhos “jugones”, mas jogado por super-homens, capazes de mostrar talento, de bloquear e aguentar 90 minutos no mesmo ritmo. Forte, muito forte. Má notícia para o Barça, má notícia para ‘La Roja’, para o Madrid e para o resto dos adversários do próximo Mundial.
Edu: E essa originalidade/intensidade passa por contestar um emblema: o da posse de bola. Esse jogo foi significativo nesse sentido. A certa altura pouco importava para o Bayern ter a posse de bola, porque o domínio vinha com a segurança do que estavam fazendo mesmo sem ter a bola, a história muitas vezes repetida de não correr riscos ainda que diante de um time como o Barça. Além da receita germânica de marcação com massacrante superioridade física, uma virtude de sempre por aqueles lados.
Carles: Em parte. O segredo, acredito, não é a posse de bola, mas a rapidez para recuperá-la e nisso o time do Bayern foi irrepreensível. Se não chegou a uma porcentagem de posse de bola  superior, tampouco deixou o adversário desfrutar de ter a redondinha. Em resumo, o Bayern mostrou um coquetel ideal de várias fórmulas. Além da recuperação quase imediata da bola, a rapidez de circulação que têm mostrado os melhores antídotos ao Barça e a movimentação dos homens de frente. Muita, mas muitíssima mobilidade para variar rapidamente o desenho sobre o campo. Diversificando a postura para receber os ataques e para efetuá-los.
Edu: Ainda assim é preciso levar em conta algumas 'facilidades', incluindo uma forcinha básica da arbitragem em dois gols. Por exemplo, times mesquinhos como o Chelsea e mesmo o Real Madrid não abririam avenidas com tapetes vermelhos para Robben e Ribery desfilarem como fez o Barça. Se essa não é uma vocação do time catalão, o que é saudável, fica complicado quando não há alternativas em um dia que suas individualidades não funcionam. Estranhíssimas a passividade de Iniesta e a falta de criatividade de Xavi. E, agora, depois do jogo, fica fácil de dizer: foi um erro colocar Messi em campo daquela forma. Um castigo para ele e para o time.
Carles: Sem dúvida foi um erro escalar Messi desde o princípio, mas quem é o macho para decidir não escalar o argentino? E, pior, quem diria isso para ele??? Visível a falta de condição mínima de jogo. Inclusive, diria, prejudicou o resto do time, que acabou travando nele. Incrível dizer isso, mas acho que a presença de Leo prejudicou o jogo de Iniesta e Xavi, que se vêm sempre na obrigação de procurar o argentino para concluir a jogada. Quanto à arbitragem, evitei falar nisso para não parecer choro de perdedor, mas definitivamente, os homens que decidem o destino desse esporte tem que pensar em mudanças imediatas. Não que uma boa arbitragem tivesse mudado o destina da partida, mas o atual estado de coisas, além de acabar decidindo muitos resultados, acaba por irritar jogadores, treinadores… e o espetáculo fica distorcido.
Edu: O próprio Barça tinha sido ajudado pela arbitragem antes, com aquele pênalti obsceno do Piquet não marcado. Ok, juiz muito ruim, auxiliares péssimos. Mas o exagero da superioridade dos alemães vai deixar essa discussão em segundo plano até mesmo na Catalunha. É isso que assusta. Em certo momento pareceu um jogo de adultos contra sub-20. Só que era o Barça!!!
Carles: Mais que inferioridade do Barça foi a superioridade do Bayern (e a fragilidade defensiva do Barça, claro). Achei inclusive que o Barcelona em alguns momentos mostrou até mais lucidez que na ida contra o PSG, em Paris. Não vejo ninguém capaz de frear esse time alemão. E no ano que vem, reforçado pelo talento de Götze… imparáveis. Götze, aliás, que o Madrid já colocou em campo contra seu próprio time, utilizando o noticiário sobre a sua transferência. Uma estratégia habitual do “club blanco”.
Edu: Não sei se foi o Madrid, mas funcionou, porque o caldeirão de Westfalen não deve receber bem o garoto 'traíra' na semifinal contra o time do Mourinho. E na Copa, já veremos. Se a 'Roja' montou um Barça reforçado por Iker, Xabi Alonso e Ramos, a Alemanha terá o Bayern reforçado por Özil, Hummels e Marco Reus, além do Götze claro. Quero ver quem segura esses caras. Se tivesse que palpitar hoje, já escolheria minha finalíssima do Maracanã no dia 13 de julho do ano que vem: Alemanha e Argentina.
 Carles: E se assim for, fora do estádio, o clima será parecido ao de um velório.