quarta-feira, 31 de julho de 2013

O exemplo de como não fazer


Edu: Muitas vezes neste espaço insistimos na necessidade de os treinadores poderem dar consistência a seu trabalho com um prazo razoável para aplicar conceitos sem que, para isso, precisem fazer concessões e se agarrar de qualquer forma ao emprego. Abel Braga estava há dois anos no Fluminense, teve esse prazo para estabelecer suas ideias e conseguiu, foi campeão brasileiro, fez um time de respeito. Mas foi demitido após cinco derrotas consecutivas.
Carles: Lamentável a atuação dos dirigentes, aliás essa é a estratégia em todos os setores e não só no futebol, colocar gente sem o suficiente conhecimento técnico, os tais mandos intermediários que estão aí para cortar cabeças, sem a menor culpa. Não assimilam nenhum tipo de pressão. É sempre mais fácil eliminar a parte mais vulnerável. E que raras vezes é o verdadeiro problema.
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terça-feira, 30 de julho de 2013

O ‘pega-pênaltis’


Carles: Empate nos 90 minutos, prorrogação sem vencedor e então é quando o narrador, seja qual for a sua nacionalidade ou o veículo de mídia, solta aquela frase que dói lá no fundo da alma…
Edu: “... Vamos para a loteria dos pênaltis!!!”
Carles: É mais fácil prever que o cara vai dizer isso do que o goleiro "adivinhar" o canto onde vai a bola.
Edu: O sujeito só pode dizer isso no automático, sem pensar. Não é possível tanta criatividade...
Carles: Pois é, inclusive porque existe uma série de estudos que garantem que de loteria, nada. É tudo técnica, aptidão, preparação psicológica, tudo melhorável, tanto para o batedor como para o goleiro. E não por acaso existem verdadeiros especialistas de um e de outro lado.
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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Associação Hispano-Brasileira de Futebol


Carles: Com a chegada de Neymar ao Barça e a provável estreia na sexta-feira contra o Santos no Camp Nou, a mídia só fala na dupla Neymar-Messi. Já aquele torcedor mais sensato aposta numa conexão de Neymar com Iniesta. Poucos acreditem que Messi se esmere em compartilhar a bola com quem quer que seja e muito menos com o craque brasileiro. Essas duplas hispano-brasileiras parecem cada vez mais frequentes no futebol de primeira linha e este ano vamos ver umas quantas. Deve dar boa química essa dupla Iniesta-Neymar, não acha?
Edu: Eles têm tudo a ver, são ótimos em mudança de ritmo e com a bola no pé. E podem se completar principalmente no que são diferentes, Iniesta no drible curto e Neymar no drible longo, mais veloz. A presença dos dois por perto vai facilitar espaços na marcação para um e outro. Além de tudo vai pintar Jordi Alba por ali. Pode estar começando a se formar melhor ala esquerda em muito tempo no futebol.

domingo, 28 de julho de 2013

De idiotas e malacos


Carles: Tem uma história que corre por aqui, nem confirmada nem desmentia, e que expressa como a torcida pode influir decisivamente num jogo. Corria o ano de 1995 e o Zaragoza disputava uma das semifinais da antiga Recopa da Europa - torneio que acabou vencendo - contra o Chelsea. Diante da sua torcida e de três mil seguidores ingleses, o argentino Juan Eduardo Esnáider marcou o 3 a 0 para o time local e desencadeou uma série de brigas, tanto na arquibancada como no campo. Foi quando parte da torcida local começou  a entoar uma musiquinha inspirada numa famosa frase do treinador argentino Carlos Salvador Bilardo, muito na moda na época: ‘¡Pisalo! ¡Pisalo! ¡Pisalo!’ Repentinamente a confusão cessou. No dia seguinte uma parte da imprensa inglesa teria louvado o exemplo de fairplay da torcida “maña” que, segundo eles, teria pedido: ‘Peace and Love! Peace and Love! Peace and Love!’ (‘Pissanló…’ é semelhante foneticamente). Você acha mesmo que a arquibancada pode ser considerada uma tribuna livre para a livre expressão das massas?
Edu: Essa história é uma das pérolas do futebol moderno - acho que pouco importa se é mesmo totalmente verídica a estas alturas. Mas a resposta é sim, um contundente sim. Acontece que a massa é formada por uma série de grupos heterogêneos de tipos humanos, cuja ação coletiva pode facilmente extrapolar certos limites. Se pensarmos nos gritos nazistas e racistas que, por mais que clubes e entidades se esforcem, são uma realidade em vários campos de futebol da Europa, podemos colocar em dúvida se vale a pena ter uma tribuna livre. Acontece que nunca se viu nem se verá um estádio inteiro entoando slogans racistas. Essa atitude caminha para ser uma doença social de minorias. Portanto, o torcedor em geral merece a liberdade das arquibancadas. Mais do que uma concessão, é um direito.
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sábado, 27 de julho de 2013

Expectativa por Neymar vai além da conta


Edu: Neymar embarca hoje para sua nova vida. Provavelmente em função da expectativa gerada nos últimos meses, ‘El Pais’ publicou ontem um curioso artigo ¿Siguen vidas paralelas Apple y Barça? no qual o autor faz um paralelo entre a Apple sem Steve Jobs e o Barcelona sem Pep Guardiola. Numa linha de raciocínio um tanto pirotécnica, ele tenta mostrar que tanto a gigante americana quanto o clube catalão buscam neste momento não apenas uma grande novidade - não um iPhone revigorado ou mais um título da Champions, algo que ambos já apresentaram algumas vezes nos últimos tempos. O que eles querem agora é algo mágico, que transborde as expectativas, o que segundo Javier Martín, o autor, o Barça já encontrou em Neymar e a Apple continua buscando.
Carles: Provavelmente o maior acerto da comparação está na semelhança da construção das marcas. Ambas não se conformam em oferecer aos seus seguidores ou clientes aquilo que é meramente tangível. A escolha de um e de outro está de alguma forma relacionada com um certo inconformismo (se é que ter um Ipad possa ser chamado de inconformismo). Os seguidores dos dois parecem gostar de ser reconhecidos pelo seu gosto pelas rupturas, mas o complicado é produzir rupturas o tempo todo. Depois de um tempo, toda inovação passa a ser o habitual e fica difícil que esse compromisso seja mantido ou renovado. No caso do Barça, a aposta é por Neymar em vez de tentar solucionar os problemas crônicos da defesa, como lembra o artigo. A Apple contratou Paul Deneve, exdirigente da Yves Saint Laurent, produtora de glamour. Pelo jeito, a maior preocupação por lá não é propriamente o desenvolvimento tecnológico.

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Estatísticas, impossível viver sem elas


Edu: Há poucos dias, um amigo jornalista que mora há quase 20 anos na Flórida insistiu em me perguntar, em uma conversa por e-mail, quando o futebol brasileiro vai utilizar as estatísticas como instrumento de eficácia técnica em todo seu potencial, como fazem os esportes americanos. Respondi que muitas comissões técnicas já se valem desse recurso, mas que, em geral, ainda prevalece um certo dogma de que o conhecimento adquirido, ou seja, a vivência, a intuição e o bom senso continuam sendo as principais armas dos treinadores. Só tenho muitas dúvidas sobre se essa é uma questão apenas restrita ao corpo técnico, ou se deveria ser incorporada nos mecanismos de gestão do clube, que passaria a exigir de seu treinador a adoção desses métodos. Não sei se funcionaria por aqui.
Carles: Na medida em que o esporte de alto rendimento deixa de ser uma atividade meramente artística e se profissionaliza, é inconcebível não utilizar dados, controles estatísticos e analíticos sobre desempenho, capacidade, repetições positivas e negativas. E não só da própria equipe, mas dos adversários. O contrário disso é sujeitar enormes investimentos e estruturas ao bel prazer de um senhor que pode ou não estar inspirado, que tem bons e maus dias. Demasiado risco e responsabilidade muito concentrada, não acha? Deve haver uma certa resistência, compreensível até, mas não tenho dúvidas de que é uma tendência.
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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Campeão de sangue e alma


Carles: Manteve-se a tradição da maioria das finais. Valeu pela vibração e até pelo gostinho meio “masoca” do sofrimento mais do que pela técnica ou tática.
Edu: Nesse tipo de embate sanguíneo em que racionalidade, estratégia e cálculo têm valor relativo há duas coisas que podem ser determinantes: um gênio que resolva em uma chispa ou a combinação de perseverança e intensidade. O Galo foi campeão sem nenhum gênio. Mas só conseguiu ter perseverança e intensidade porque torcida também ajuda a ganhar jogos e campeonatos. Mesmo que seja na roda viva maluca dos pênaltis.
Carles: E o Olimpia fez de… Olimpia! (…)
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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Verdades e mentiras sobre a seleção nacional


Carles: Em quatro anos, de 2008 a 2012, a seleção espanhola ganhou mais do que em todo o resto da sua história e, com os três grandes títulos, conseguiu um feito inédito mesmo para as maiores seleções. No seu livro "De Riotinto a La Roja", o jornalista e escritor Jimmy Burns Marañon, neto do emérito médico madrileño Gregorio Marañon e filho de um espião britânico, procura as respostas para as questões de identidade e da seleção como símbolo nacional. Fala da exploração do combinado espanhol pelos regimes ditatoriais e de um tempo em que uma gente de biotipo até raquítico queria demonstrar sua equivalência com os gigantes do Centro e Norte Europeu. Justamente quando assumiu a sua latinidade, coincidência ou não, abandonou o apelido de "La Furia" e passou a responder por "La Roja", e foi quando começou a ganhar.
Edu: É uma tentação em todos os sentidos analisar a evolução do futebol da Espanha em função de seus processos políticos. Até porque é inevitável associar a Fúria à ditadura, não apenas por causa de Franco, mas desde suas origens, quando esse 'qualificativo' começou a ser utilizado nos tempos de outro ditador, Primo de Rivera, na década de 20. Só precisamos descobrir se La Roja surgiu de caso pensado, por meio de uma transformação planejada de estilo, ou se não passou de um acaso histórico que vamos comemorar para sempre.
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terça-feira, 23 de julho de 2013

Com Tata, o Barça se curva ao reinado de Messi


Edu: É agora que Messi se espalha de uma vez. Vizinho de Rosário, amigo de ‘papá’, preferido da família... Com Tata Martino no banco, teremos um Barça com acento argentino e com Lionel como futuro presidente em potencial. Só quero saber o que isso pode significar para Neymar, que vai chegar em plena revolução.
Carles: Para o Neymar é uma boa notícia. Martino gosta do jogo bem jogado e, pelo que sei, é um Bielsa com quem se pode conversar. Agora, que o reinado de Messi acabou de ser instaurado no Camp Nou, disso não resta nenhuma dúvida. Nem o Romário foi capaz de dar essa mãozinha para o colega Joel Santana. Ou foi? Não me lembro…
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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Muitos tons de laranja


Carles: Talvez nenhuma equipe possa sintetizar de maneira tão vocacional o "quase" no futebol como a Seleção Holandesa. Assim mesmo, haveria que diferenciar as sensações deixadas por cada um dos vices mundiais conseguidos por eles. Sobretudo entre aqueles cabeludos de calção curtíssimo de 1974/1978 e a seleção de 2010.
Edu: Só vejo um componente que liga as duas turmas, além da camisa laranja - a falta de temperamento competitivo. A diferença técnica entre aquela geração de 70 e a que foi derrotada pelo gol de Iniesta no Soccer City é tão escandalosa que não permite um fio de comparação. Mas serviu para ampliar o estigma. É um time pipoqueiro? A falta de tradição tem peso? Não tem aquela fibra característica que está no DNA do futebol?
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domingo, 21 de julho de 2013

Musicalidade e estética nos falsos lentos


Carles: Estive pensando que se tivesse que escolher um compositor a quem encomendar a trilha sonora de Iniesta se movendo pelo campo, sem dúvida seria Ennio Morricone.
Edu: Entre os contemporâneos seria uma escolha adequada, mas já vi gente comparando a harmonia de movimentos dele a algumas árias, de Bach a Vivaldi. Convenhamos, não é exagero.
Carles: Acho que Morricone é a cara de Iniesta. Já interpretou de uma forma particular os temas de Western enquanto Andrés demonstrou ser rápido e certeiro nos duelos decisivos. Por outro lado, Cinema Paradiso é a trilha ideal para um futebol romântico e cadenciado, mas que pode chegar a ser épico como em "A Missão". (…)
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sábado, 20 de julho de 2013

Como a saída de Tito Vilanova respinga em Neymar

 
Carles: Desse jeito, Rosell e Messi vão ficar sozinhos… pobre Neymar!
Edu: O que Tito poderia fazer em defesa de Neymar?
Carles: Nada, mas o "projeto" Rosell faz água. Mau momento para embarcar.
Edu: O técnico era toda essa unanimidade? Faz bem pouco tempo você disse aqui que ele estava até arriscado a perder o emprego.
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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Rever conceitos para seguir adiante


Edu: Tenho muitas reservas com treinadores que passam muito tempo em países nem tão sintonizados com as realidades do futebol. Não se trata de preconceito, garanto. É pragmatismo. O técnico que passa muito tempo no Japão ou no mundo árabe corre o risco de perder alguns capítulos importantes, ninguém me tira isso da cabeça. Tudo bem, o mundo é uma aldeia, mas é uma questão de ritmo de atualização, mais do que de aprendizado. São tempos de upgrade contínuo e técnicos assim perdem o pique. Essa introdução é para falar de tipos como Paulo Autuori, que tem um currículo vencedor em grandes times do Brasil como Cruzeiro, Botafogo e São Paulo, mas ficou quatro anos no Catar, antes esteve no Japão e, agora, parece um peixe fora d'água, tanto nos meses que passou no Vasco, como no atual São Paulo. Estou sendo muito rigoroso na avaliação?
Carles: Talvez um pouco. Tudo depende da ambição e capacidade de aprendizado. Não acho que trabalhar longe dos grandes centros, referências de determinada atividade provoque necessariamente a defasagem de um profissional. Ainda mais em tempos de conectividade, como você lembrou, que permitem a quase qualquer um acompanhar as novidades, mesmo à distância. De todos os modos, temos que considerar os diferentes níveis de exigência, as prioridades que não são as mesmas, dependendo do país ou cultura. Não acho que seja mais dramático no mundo do futebol do que em outros mercados, a readaptação é um desafio que requer esforço mas não vejo que seja algo impossível.
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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Vacilo do Galo e Ronaldinho ausente


Carles: Bom, a primeira coisa, tive que esfregar os olhos quando eu vi no calendário, duas partidas decisivas, ambas na jurisdição da Confederação Sul-americana de Futebol, marcadas para o mesmo dia e hora. Perde-se todo o direito de reclamar da arbitrariedade das datas Fifa, favorecendo outras federações continentais.
Mas vamos ao que interessa, os jogos. Primeiro, o que aconteceu no Defensores del Chaco? A coisa complicou-se bastante para o Galo, não?
Edu: O Atlético sabia o que o esperava, conhecia as limitações do Olimpia e a dependência que time paraguaio tem da torcida, a necessidade de ver o time pegar fogo no grito. Com isso bem claro e estudado, o Galo fez um começo de jogo muito inteligente, tomando a iniciativa e em certos momentos calando o Defensores Del Chaco. Mas faltou ambição, concentração e principalmente liderança dentro de campo. O time brasileiro praticamente deu um gol de presente justo no momento em que os paraguaios estavam inseguros, desconfiados.
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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Padecer faz parte do show

Carles: Em um texto muito emotivo, publicado na revista ‘Panenka’,  o jornalista Alex Torres fala das sensações de ser um menino de dez anos e ver o seu time ser rebaixado. Nesse caso, duplamente, uma no campo e outra como penalização por dívidas com os jogadores. Isso foi em 1993 e, sem internet ainda, ele passou de poder ver o time dele nos resumos do domingo na TV a ter que vasculhar nos meios informativos para saber os resultados do Sabadell. Segundo ele, naquele ano viveu a mais intensa das temporadas esportivas de que recorda. Pensando bem, não é nenhum absurdo, considerando que essas caídas costumam suscitar o brio, dar uma chacoalhada nas emoções e permite emergir essa sensação ambígua de começar tudo do zero.
Edu: É a história clássica no futebol de que o padecimento reforça as ligações afetivas com o clube, o compromisso, a paixão e a fidelidade. Não acontece só com os times menores. E quase sempre não são resultado apenas de um momento técnico ruim, envolvem crises econômicas e institucionais.
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terça-feira, 16 de julho de 2013

Centroavantes, é hora da reciclagem


Edu: Você acha que o centroavante típico está em extinção?
Carles: Todo mundo se perguntou o mesmo sobre o rádio quando surgiu TV e sobre a TV com o surgimento da Internet. Provavelmente o centroavante vai se reciclar, vai deixar de ser uma verdade absoluta, mas acho que não vai desaparecer. Toda revolução tem uma contrarrevolução e implica em assimilar conceitos novos.
Edu: Já está se reciclando. É uma função cada vez mais multiuso. Muitos treinadores ainda gostam dizer que o centroavante fixo é uma 'referência' no ataque. Na verdade estão falando daquele tipo tosco, que tinha dificuldade até para fazer uma tabela ou tocar duas vezes consecutivas na bola. Mas são cada vez mais raros. Por aqui esse jogador monocórdico está em visível extinção. Na Europa, então, mais ainda.
Carles: Pelo que eu sei, no Brasil, a maioria dos times joga com um homem referência no ataque, se bem que, caa vez mais, se exige uma maior versatilidade nessa posição. O melhor exemplo, a Seleção, na que Fred ocupa uma posição fixa, bastante centralizada, lembrando bem o centroavante mais tradicional. (…)
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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Capitães reinventados


Carles: Quem é o atual capitão do seu time?
Edu: Eu sei muito bem quem é. Era para não saber?
Carles: Eu, por exemplo, não sei quem é, ando meio perdido, acho que aquela função original do capitão, do líder ou representante dentro de campo, ganhou tantas interpretações que muitas vezes me surpreendo ao ver a faixa no braço de determinado jogador. Ou você não concorda com a ideia de que os critérios para a escolha mudaram muito?
Edu: Mudaram sim e na Europa são bem diferentes do que por aqui. Normalmente os times europeus respeitam coisas como linhagem, raízes, antiguidade no clube e outras tradições. Acho legal essa liturgia dos europeus. Aqui, ao contrário, é quase sempre uma premissa do técnico, que põe o sujeito no qual ele tem confiança e não abre mão disso.
Carles: Nem sempre. Muito treinador, mesmo por aqui, costuma utilizar a faixa de capitão como uma prenda, para lustrar egos, (…)
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domingo, 14 de julho de 2013

Um Real Madrid com trejeitos de Barça


Edu: Já há alguns dias tenho visto na imprensa de Madrid que a fase é de 'espanholização' do time de Florentino Pérez, depois das duas principais contratações até agora, Isco e Illarramendi. Sem contar Carvajal, que deve tirar o lugar de Arbeloa num suspiro. Ainda acho que virá uma paulada de verão, tipo Gareth Bale por 100 milhões de euros. Mas, por enquanto, não seria melhor falar em 'rejuvenescimento' mais do que em 'espanholização'?
Carles: Acho que a passagem de Mourinho por Madrid foi como um efeito "martelada no dedão", quando passa é uma tremenda satisfação. Portanto, pelo visto, Florentino faz questão de permear seus movimentos por duas coisas que o antecessor de ‘Carleto’ Ancelotti parecia rejeitar, talvez porque tivesse dificuldade em lidar com elas: juventude e nativos do território espanhol. Por outro lado, poderia ser um "mea culpa" do senhor Pérez, quem sabe…
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sábado, 13 de julho de 2013

No reino das velhas raposas


Edu: Alertado por você, fui procurar todas as explicações que levaram Pep Guardiola a metralhar a direção do Barça sem que precisasse de nenhum estopim específico. Parece que foi um efeito dique, uma série de mentiras, traições e relações perigosas que explodiram de uma vez. Mesmo assim – e com o objetivo de despertar o advogado de defesa que você incorpora quando se trata de Guardiola - dá a impressão de que, nessa história, é muito frágil a linha que separa as verdades das calúnias.
Carles: Neste caso, defendo Pep em dobro, só pelo gostinho de cutucar Rosell. Não que seja essencial ser uma ótima pessoa para presidir uma entidade esportiva, mas nos acostumamos a nem sempre esperar o melhor política do atual presidente para o Barça, principalmente por alguns artifícios que aprendeu e que, durante algum tempo, colocou a serviço da anterior diretoria, da qual fazia parte. (…)
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