segunda-feira, 24 de março de 2014

‘Los Catrachos’, por dignidade e algo mais

 
OS 32 DA COPA (11)
Carles: No dia 15 de Junho de 1969, o francês Jérôme Valcke era um menino de 9 anos de idade e, provavelmente, andava muito mais preocupado com as iminentes férias escolares de verão do que com o conflito entre hondurenhos e salvadorenhos que eclodia a 9 mil quilômetros da sua terra natal. Ironicamente, umas quantas décadas depois, o mesmo Jérôme teve que cruzar o Atlântico para, com suas mãos de prestidigitador e algo de acaso, decidir que Honduras estreasse na próxima Copa exatamente no dia em que se cumprem 45 anos do início da que ficou conhecida como Guerra do Futebol. E contra quem?
Edu: Aquele conflito contra o vizinho El Salvador teve muito a ver com um dos flagelos que assolavam boa parte da América Latina na época - a dramática situação dos trabalhadores rurais. Não que hoje tenha melhorado de forma expressiva em muitos países da região, mas aquela conjuntura era especialmente nefasta para os salvadorenhos que cruzavam a fronteira atrás de emprego nos latifúndios hondurenhos. A guerra - chamada também de Guerra das Cem Horas - foi pontuada coincidentemente pela disputa nas eliminatórias entre os dois países, vencida numa melhor de três jogos por El Salvador, que fez sua estreia no México/70. Por uma longa década, os vizinhos ficaram purgando as cicatrizes daquela guerra, algo que certamente não afetou a infância bem nutrida de Monsieur Valcke. Hoje, Honduras atingiu um patamar futebolístico bastante superior ao dos salvadorenhos.
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