OS 32 DA COPA (18)
Carles: Se tem um participante da próxima Copa que ganhou o direito a ser
chamado de o país do futebol, esse é a Argélia. Pouca gente diria que um país
com escassos troféus nas vitrines da sua federação como este tem a sua história de independência tão
diretamente ligada a esse esporte. Tudo porque um dia, depois de quase 130 anos
de submissão à França, os seus principais jogadores, Mekhlouf, Zitouni, Sais
Brahmi, Mokhtar Arribi, Adelhamid Kermali, militantes dos principais clubes
franceses, resolveram se rebelar para formar seu particular exército, com a
bola como única arma, para se somar à causa independentista.
Edu:
Foi a célebre Seleção da FLN, a Frente de Libertação Nacional. A rapaziada
circulou pelo mundo, fez mais de 90 jogos com a camisa da FLN entre o fim dos
anos 50 e o início dos 60, jogando por amor à causa da independência em países
que eram simpáticos ao processo de autonomia em relação à França. O grande
líder do time era Rachid Mekhloufi, jogador que levou o Saint Étienne ao
primeiro título de sua história e que, quando foi convocado pela França para
disputar a Copa de 1958, já que tinha a nacionalidade, preferiu se juntar aos
amigos que defenderiam as raízes. Mekhloufi, capitão do time, e essa turma toda
são vistos como cofundadores da Argélia independente. Ali o futebol sempre foi
politizado.
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