OS 32 DA COPA (17)
Edu:
Desde a criação da Comunidade Europeia, vocês devem ter se habituado a conviver
com a crescente influência desse pequeno país de pouco mais de dez milhões de
habitantes que ganhou, com a zona do euro, uma destacadíssima projeção política
como um dos criadores do chamado ‘ideal comunitário’. A Bélgica, com sua
monarquia liberal bem camaleônica e uma divisão no núcleo de governo que
distribui poder a vários partidos, dos verdes aos socialdemocratas, tem tudo a
ver com esse conjunto de interesses difusos que vem conduzindo, ou tentando
conduzir, o continente. É um sintoma do que ocorre dentro do próprio país,
historicamente dividido pelas comunidades definidas pelos três idiomas, o
flamenco (grande maioria), o francês e, em menor escala, o alemão. É um pouco também
do que acontece com o futebol belga, hoje uma salada de estilos, resultado de
sua mistura de raças, influências e origens.
Carles: Engraçado que, quando o assunto é separatismo, fora da Europa
costuma-se pensar nas ilhas britânicas ou no estado espanhol, quando um dos
mais ativos focos de autodeterminação está justamente na província Brabante Flamenco, onde está incrustada
a zona federal de Bruxelas. É como se os caciques europeístas tivessem utilizado
a ironia para escolher uma boca do vulcão para a sede política do seu projeto
de estado europeu unificado. Na verdade, é uma forma um tanto dramatizada de
apresentar as lutas regionalizadas que já estão bastante assimiladas e normalizadas,
a não ser em casos de intervenções imperialistas como do amigo Putin na Criméia.
Li em algum lugar uma análise de que essa seleção multiétnica justamente
desafiava a nação dividida que representa quando, na verdade, considero que ela
justamente reafirma a grande variedade racial e cultural. Por isso talvez seja
uma grande equipe por respeitar a diversidade e aproveitá-la muito bem.
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