quinta-feira, 17 de abril de 2014

Uma salada de estilos e etnias no timaço belga

OS 32 DA COPA (17)

Edu: Desde a criação da Comunidade Europeia, vocês devem ter se habituado a conviver com a crescente influência desse pequeno país de pouco mais de dez milhões de habitantes que ganhou, com a zona do euro, uma destacadíssima projeção política como um dos criadores do chamado ‘ideal comunitário’. A Bélgica, com sua monarquia liberal bem camaleônica e uma divisão no núcleo de governo que distribui poder a vários partidos, dos verdes aos socialdemocratas, tem tudo a ver com esse conjunto de interesses difusos que vem conduzindo, ou tentando conduzir, o continente. É um sintoma do que ocorre dentro do próprio país, historicamente dividido pelas comunidades definidas pelos três idiomas, o flamenco (grande maioria), o francês e, em menor escala, o alemão. É um pouco também do que acontece com o futebol belga, hoje uma salada de estilos, resultado de sua mistura de raças, influências e origens.

Carles: Engraçado que, quando o assunto é separatismo, fora da Europa costuma-se pensar nas ilhas britânicas ou no estado espanhol, quando um dos mais ativos focos de autodeterminação está justamente na província Brabante Flamenco, onde está incrustada a zona federal de Bruxelas. É como se os caciques europeístas tivessem utilizado a ironia para escolher uma boca do vulcão para a sede política do seu projeto de estado europeu unificado. Na verdade, é uma forma um tanto dramatizada de apresentar as lutas regionalizadas que já estão bastante assimiladas e normalizadas, a não ser em casos de intervenções imperialistas como do amigo Putin na Criméia. Li em algum lugar uma análise de que essa seleção multiétnica justamente desafiava a nação dividida que representa quando, na verdade, considero que ela justamente reafirma a grande variedade racial e cultural. Por isso talvez seja uma grande equipe por respeitar a diversidade e aproveitá-la muito bem.

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